🌟 Recomeçar depois dos 40: Um Novo Capítulo de Autodescoberta e Empoderamento

Aos 42 anos, com dois filhos pequenos, decidi recomeçar a minha vida. Foi como se algo dentro de mim finalmente dissesse: “agora é a sua vez.” Eu já tinha adiado tantas vontades, engavetado sonhos, sufocado sentimentos. Por anos, fui colocando os outros em primeiro lugar, como tantas mulheres fazem, achando que esse era o certo. Mas lá no fundo, havia um incômodo, uma inquietação… a sensação de que eu estava sobrevivendo, mas não vivendo de verdade.

Tomei decisões difíceis. Finalizei um casamento que durava quase duas décadas. Não foi simples, nem leve. Vieram o medo, a culpa, o julgamento. Me perguntei se estava sendo egoísta, se ia dar conta, se meus filhos sofreriam. Mas havia uma certeza que gritava mais alto: eu precisava me reencontrar. E para isso, era preciso coragem para sair da minha zona de conforto — onde já não havia mais paz.

Mudei o visual como um primeiro gesto simbólico. Cortei o cabelo, mudei a cor, olhei no espelho e quase não me reconheci. Mas foi libertador. Era como se eu estivesse dizendo ao mundo — e a mim mesma — que a mulher de agora não era mais a mesma. Voltei a estudar, redescobri o prazer de aprender, e com isso nasceu a coragem de trocar de profissão. Um passo ousado? Sem dúvida. Mas cada desafio me empurrava para mais perto de mim.

Recomeçar depois dos 40 não é apagar a história. É olhar para ela com gratidão, mas entender que não preciso mais seguir no automático. Que posso, sim, ser mãe, mulher, profissional, e ainda assim me colocar no centro da minha própria vida.

Passei a cuidar de mim com mais intenção. O autocuidado deixou de ser vaidade para se tornar sobrevivência. Aprendi a respeitar meus limites, a ouvir meu corpo, a cuidar da minha pele com carinho, a reservar momentos só meus — nem que fosse com uma xícara de chá quente e cinco minutos em silêncio.

E a espiritualidade, ah… ela voltou devagar, mas voltou. Não de forma mística ou rígida, mas como um espaço interno onde posso repousar. Comecei a escrever mais, meditar quando posso, ler livros que me inspiram a ser uma mulher mais conectada com o que realmente importa. Não busco respostas prontas, busco presença.

A maternidade, claro, continua sendo uma das forças que me impulsionam. Meus filhos me veem com outros olhos agora. E quero que cresçam sabendo que a mãe deles teve coragem. Coragem de mudar, de recomeçar, de buscar a própria felicidade, mesmo com os erros e tropeços.

Mudar de carreira depois dos 40 foi um dos maiores desafios. Recomeçar do zero, em um mercado competitivo, aprendendo tudo de novo… às vezes me senti insegura, pequena. Mas aos poucos, fui percebendo que toda a minha bagagem era um diferencial. Que maturidade, empatia, visão e resiliência não se aprendem em curso nenhum.

E no meio do caos que me cercava, quando tudo parecia ruir e a vida me exigia escolhas difíceis, o amor chegou. Não como um conto de fadas, mas como um porto calmo em meio à tempestade. Um amor maduro, gentil, que me enxergou mesmo quando eu estava em pedaços. Ele não tentou me consertar, apenas ficou ao meu lado, me ouvindo sem pressa, me acolhendo sem julgamentos, me oferecendo silêncio quando eu precisava e colo quando eu desmoronava. Foi com ele que aprendi que o verdadeiro amor não sufoca, não cobra, não exige. Ele sustenta. E naquele momento em que eu quase desisti de mim, foi esse amor que me lembrou que ainda havia muito por viver. Ele não me salvou — eu me salvei — mas foi com sua presença firme e seu carinho constante que eu reencontrei o chão.

Hoje, me sinto mais viva, mais inteira. Não porque tudo é fácil, mas porque tudo tem mais verdade. Se você também sente essa inquietação, essa vontade de fazer diferente, eu só posso te dizer: vai. Vai com medo mesmo. Porque recomeçar não é fracasso — é ato de amor-próprio.

Não existe idade para florescer.

Com carinho,
Mari Ianni

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